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A grandeza de uma pedra na grande arquitectura da construção

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As grandes edificações, as que perduram, as que se admiram, necessitam de grandes arquitectos. Acontece assim com as grandes pirâmides ou as grandes catedrais, construídas quando ainda não havia a tecnologia dos novos tempos. Era preciso saber escolher e trabalhar a matéria-prima, era preciso arquitectar as forças que permitiam unir a matéria de forma segura a dar configuração a algo maior. 

Matéria, esforço, engenho. 

 

As pirâmides não nasceram nos desertos. Foi necessário ir procurar as melhores pedras – por vezes longe, bem longe. Para eliminar os atritos do caminho, os egípcios arrastaram enormes blocos de pedra pelo deserto em trenós de madeira, com um complexo sistema de deslocação, que reunia homens, cordas, troncos de madeira, alavancas e planos inclinados e… deitando a quantidade certa de água na areia para eliminar a fricção. O mesmo aconteceu com as catedrais. As pedras que ergueram Notre Dame, foram extraídas do subsolo da cidade de Paris, de uma vasta zona de rochas calcárias que se formou há mais de 41 milhões de anos, talhadas e erguidas aos céus. Um processo grandioso por si só. 

 

Selecção, aproximação, engenho. 

 

As pirâmides ou as catedrais não foram construídas com pedregulhos, mas com pedras talhadas. As pedras são diferentes, umas brandas (calcário brando, arenito, xisto…) outras duras (mármore, calcário duro, granito…). Precisam de diferentes métodos de cinzelamento. Quer as ferramentas quer os métodos, variam de acordo com o grau de dureza da pedra a trabalhar. Consoante a textura final pretendida para a superfície da pedra, entra a arte dos mestres: macetas, cunhas, cinzéis, réguas, esquadros, raspadores, a bujarda, a escoda ou o martelo forjado, dando à pedra a textura certa, a forma pretendida que permita o seu ajustamento, o seu entrosamento, a sua capacidade de elevação a outros níveis. A pedra diluída entre as pedras, mas a grandeza da pedra na grande arquitectura da construção, no desafio dos céus e dos tempos... 

 

Expurgar, ajustar, crescer.

 

E se os arquitectos escolherem os homens como matéria-prima, o que pode ser edificado? Esse é o grande desafio. Saber selecionar os que possuem uma estrutura própria, esbater os atritos para que possam ser chamados um bem comum, expurgados dos seus defeitos pagãos para, nas mãos dos mestres, poderem serem talhados na rectidão moral, na precisão do caracter que lhe permita uma união com os demais. Que lhes permita ser mais que pedra, mas parte de uma pirâmide, de uma catedral. Sentido que são mais que matéria, e que é a força da sua espiritualidade que permite a sustentabilidade das grandes edificações. Só a distribuição conjunta e equilibrada de pesos e forças, permite crescer com sustentabilidade. O que imortalizou as catedrais e as pirâmides, não foi o betão armado ou as novas tecnologias. Tão-simplesmente, a matéria certa, o talhe correcto, a união de forças que permite uma coesão perene e grandiosa. Cabe ao homem encontrar o seu mestre no momento certo, e disponibilizar-se ao serviço supremo do Grande Arquitecto de todos os Mundos. Onde, senão na Maçonaria, pode encontrar esse caminho, esse propósito?

 

J.’.M.’.

Resp.’.Lj.’. Nur