Um homem só, a meio de uma viagem, pára, apoia a cabeça numa pedra bruta e sonha. Esta é a história de Jacó. É a minha, é a nossa história.
Quem é Jacó e que viagem é essa?
Jacó começa por ser aquele a quem a desgraça acontece. Uma pluma ao vento.Aquele que causa prejuízo sem o querer ou prever as consequências dos seus gestos. Faz o que outros fizeram antes dele: obedece aos mais velhos, aspira ao reconhecimento do patriarca, faz, meio autómato, o que lhe parece óbvio e natural. Jacó é aquele que ouve, executa o que lhe pedem, não protesta nem quando é expulso. Na solidão, na noite, na fragilidade do exílio, toma duas primeiras iniciativas: parar e apoiar a cabeça numa pedra. Cito Bob Dylan, prémio Nobel da Literatura em 2017...