"A liberdade é filha da fraternidade e da igualdade. Os homens que vivam como irmãos, com direitos iguais, animados do sentimento de benevolência recíproca, praticarão entre si a justiça, não procurarão causar danos uns aos outros e nada, por conseguinte, terão que temer uns dos outros. A liberdade nenhum perigo oferecerá, porque ninguém pensará em abusar dela em prejuízo de seus semelhantes..."
Mas não nos esqueçamos que somos homens e mulheres livres, justos, de bons costumes mas…imperfeitos e pode ser tão mais fácil sermos fraternos com os nossos, aqueles a quem jurámos defender, aqueles por quem o nosso coração dispara em caso de necessidade de auxilio, aqueles que privam connosco momentos secretos e ritualísticos onde nos fortalecemos a cada dia que passa, aqueles, todos nós que somos e nos tratamos por irmãos, aqueles por quem os laços dos afetos vão sendo a cada momento mais e mais próximos, mais e mais íntimos, mais e mais cúmplices, mais e mais fortes e fraternos.
E é maravilhoso. E este é um sentimento que se vai transformando no nosso mundo interior, ganhando e ocupando todo o espaço da nossa existência.
Existe, porém, um perigo, um perigo eminente ao qual estamos sujeitos na nossa condição de humanos maçons. O perigo de não conseguirmos transpor este nosso mundo fantástico para fora dos muros da loja, correndo o risco de podermos, sem nos apercebermos, confinar o nosso continuo conhecimento e aperfeiçoamento, ao nosso próprio mundo, aos nossos irmãos e irmãs maçons.
Todos sabemos que não é esse o nosso desejo.
A nossa missão, para além de nos aperfeiçoarmos a nós próprios, esculpindo-nos, moldando-nos individualmente e fortalecendo-nos em grupo, em cadeia, é também semearmos lá fora o nosso paraíso interior.
Sim, é difícil. Sim, pode ser difícil. Mas é possível e desejável.
O mundo e o “homem” precisam que assim seja, precisa de nós.
Excerto de P.´. “Fraternidade – Transpondo os muros da Loja”
P.D’O.