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Dia Mundial da Poesia

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Hoje, dia 21 de Março de 2021, celebramos o Dia Mundial da Poesia com Rudyard Kipling e o seu poema "À minha Loja mãe de Lahore":

 

E havia Hundle, o chefe da estação;

Baseley, o das estradas e dos trabalhadores;

Black, o sargento da turma de conservação,

Que foi nosso Venerável por duas vezes.

E ainda o velho Frank Eduljee,

Proprietário da casa As Miudezas da Europa.

E então, ao chegar, dizíamos:

Sargento, Senhor, Salut, Salam...

todos eram "Meus Irmãos",

E não se fazia mal a ninguém,

Nós nos encontrávamos sobre o nível,

E nos despedíamos sob o esquadro.

Eu era o Segundo Experto dessa Loja.

Lá em baixo....

 

Havia ainda Bola Nath, o contador;

Saul, judeu de Aden;

Din Mohamed, da seção de cadastro;

O senhor Babu Chuckerbutty,

Amir Singh, o sique,

E Castro, o da oficina de reparos,

Um verdadeiro católico romano.

A decoração do nosso templo não era rica, 

Ele era até um pouco velho e simples,

Mas nós conhecíamos os Deveres Antigos,

E os tínhamos de cor.

Quando eu me lembro deste tempo,

Percebo a inexistência dos chamados infiéis,

Salvo alguns de nós próprios.

 

Uma vez por mês, após os trabalhos

Reuníamo-nos para conversar e fumar

Pois não fazíamos ágapes,

Para não constranger os Irmãos de outras crenças.

E de coração aberto falávamos de religião,

Entre outras coisas, cada um referindo-se à sua.

Um após outro, os irmãos pediam a palavra,

E ninguém brigava até que a aurora nos separasse,

Ou quando os pássaros acordavam cantando.

E voltávamos para casa, a pé ou a cavalo,

Com Maomé, Deus, e Shiva,

Brincando estranhamente em nossos pensamentos.

Viajando a serviço,

Eu levava saudações fraternais

Às Lojas ao Oriente e ao Ocidente de Lahore,

Conforme fosse a Kohart ou a Singapura.

Mas sempre voltava para rever meus irmãos.

Os da minha Loja Mãe.

Lá de baixo...

 

Como gostaria de rever aqueles velhos irmãos, 

Negros e morenos,

E sentir o perfume dos seus cigarros nativos,

Após a circulação do tronco,

E do malhete ter marcado o fim dos trabalhos,

Ah! Como eu desejaria voltar a ser um perfeito maçom,

Novamente, naquela Loja antiga.

Diria então Sargento, Senhor,Salut, Salam...

Pois seriam todos meus irmãos,

E ali não se faria mal a ninguém

E nos encontraríamos sobre o nível,

E nos despediríamos sob o esquadro,

Eu seria o Segundo Experto da minha Loja,

Ficaria lá em baixo.

 

Rudyard Kipling (1865-1936)