A Maçonaria conta cada vez com mais jovens, mas continua a haver uma propensão à entrada de faixas etárias mais velhas.
E qual será o motivo?
Será que os jovens olham para esta Ordem desconfiados da sua “real” intenção, influenciados pela (des)informação divulgada pelos media e que assenta na ideia distorcida de que os maçons se fazem valer das suas posições sociais e profissionais para favorecer outros membros e a própria organização? Será que os valores igualdade, liberdade e fraternidade são tão desprezados pelos jovens que não são procurados por estes para fazer diferença na construção do seu EU e da sociedade? Ou será que os jovens preferem, de facto, manter os braços cruzados e fazer parte de uma geração inerte que se limita a ser espetador da sua vida?
Felizmente a juventude, nomeadamente a universitária, tem demonstrado uma grande atração pelos valores e princípios que a Maçonaria defende e que são universais. Talvez, por esse motivo, cada vez mais jovens procuram informar-se devidamente sobre o que é a Maçonaria e demonstram interesse em integrar a Ordem Maçónica. Os jovens universitários têm-se manifestado contra o terror, a opressão, a guerra, a desigualdade e a corrupção. Esforçam-se por alcançar a valorização do seu trabalho (social, profissional, intelectual), o respeito pela personalidade de cada um e a tolerância que deve imperar na sociedade.
Procuram trabalhar para viver numa sociedade mais justa, igualitária e livre, aceitando que esse é o seu direito, mas também o seu dever.
A Maçonaria não discrimina o jovem, pelo contrário, rejuvesnece quando integra nas fileiras das suas Lojas sangue novo, com uma visão diferente e própria de quem tem sede de viver e de fazer a diferença! A interação entre os maçons com experiência de vida e os maçons jovens é preenchida com cuidado e amor fraternal de quem acolhe nos seus braços jovens pensadores para guiar e orientar no caminho da sabedoria.
Os jovens são claramente uma mais-valia para esta Ordem ancestral desde que ingressem com sentimento de lealdade e que o seu batismo maçónico corresponda a um começo da sua vida, uma passagem das trevas à luz. As obediências maçónicas que cumprem escrupulosamente a Constituição de Anderson apenas permitem a entrada na Maçonaria de jovens com mais de 21 anos, mantendo a idade legal da maioridade que existia à data da elaboração da Constituição. Já as restantes obediências adaptaram-se à atualidade e abrem as portas dos seus Templos aos jovens profanos livres e de bons costumes maiores de idade (18 anos), que demonstrem ser dotados de vontade e convicção em trabalhar pelo progresso, pela justiça, pela tolerância e pelo amor ao próximo.
Ser jovem é querer arriscar e ser jovem maçon é ter um desejo redobrado de querer aprender, questionar, saber e fazer mais e melhor e aceitar que fazemos todos parte de algo maior e para o qual podemos contribuir, em fraternidade. Ser um maçom jovem é poder também "espicaçar" os maçons mais experientes, aliciá-los a terem uma perspectiva diferente e, arrisco-me a dizer, ter a ousadia de modernizar a Maçonaria. Afinal, o que interessa é a maturidade da pessoa e, por isso, há, sem dúvida, Maçonaria para jovens e jovens para a Maçonaria!
J.'. S.'.
R.’.L.’. Ars Augusta
Janeiro 2023