Google translate

A Maçonaria e o Iluminismo

iluminismo.jpg

A História fala-nos de um período em que o Homem abandona gradualmente as trevas, os dogmas da Religião e torna a Razão - “a Luz da Razão” - no centro do pensamento, da filosofia e do conhecimento.

O “Século das Luzes” tem início com o dealbar do século XVIII na Europa, sendo que alguns historiadores situam o seu início já na década de 1620. Tradicionalmente, pontua-se por dois acontecimentos históricos em França: a morte de Luis XIV (1715) e a Revolução Francesa (1789).

Foi um período de efervescente criação intelectual, filosófica, artística e científica. As luzes da Razão imperam e as ideias e o conhecimento circulam, debatem-se em vários círculos. A nível político e social, o antigo Regime cede ao despotismo iluminado, à separação de poderes e à filosofia política. É o século de Rousseau, Voltaire, Montesquieu, Diderot e de governantes “esclarecidos” como Frederico II da Prússia e Catarina II a Grande da Rússia.

Em Portugal, as ideias iluministas despontaram com o Rei Dom João V e atingiram o seu apogeu com o “despotismo iluminado” do Marquês de Pombal. Outras figuras relevantes do Iluminismo Português foram o Abade Faria e Luís Antonio Verney.

Destas figuras históricas, sabe-se a ligação do Marquês de Pombal, por exemplo, à Maçonaria. É comum a associação da Maçonaria ao Iluminismo, sem se saber descortinar se foi a Maçonaria que contribuiu para o despontar do Iluminismo, se, por outro lado, foi o Iluminismo que criou as condições para o nascimento da Maçonaria especulativa. Na verdade, a Maçonaria tem como seus princípios basilares a liberdade, igualdade e fraternidade, os quais são indissociáveis deste período histórico e tendo culminado com a Revolução Francesa.

O que sabemos é que a Maçonaria especulativa nasceu formalmente em 24 de Julho de 1717, quando quatro Lojas de Londres se reuniram no pub “Goose and Gridiron” para formar uma Grande Loja. Assim nasceu a Maçonaria como a conhecemos hoje. Em 1723, a Grande Loja de Inglaterra publicou as Constituições de Anderson, que são ainda hoje o estatuto da Maçonaria Universal. Este texto fundamental condensou as primeiras tradições da Arte dos maçons operativos num sistema de regras e definiu os deveres que os maçons deviam a si mesmos, à Fraternidade Maçónica e ao Mundo.

Em Portugal, a primeira Loja Maçónica foi criada por estrangeiros em 1727, conhecida pela “Loja dos Hereges Mercadores”, tendo posteriormente dado início a uma atividade maçónica rica e diversa no nosso País.

Independentemente do curso da História, foram homens livres e de bons costumes, livres pensadores, que contribuíram para um dos períodos mais ricos de desenvolvimento cultural, artístico, político, filosófico e científico da Humanidade e que culminaram em eventos incontornáveis como as Revoluções Americana e Francesa.

É também uma verdade inegável que muitos destes homens contribuíram para a mudança da História da Humanidade por se encontrarem imbuídos do espírito maçónico de liberdade, igualdade e fraternidade e procurarem uma sociedade mais justa, mais livre e mais fraterna para todos. É impossível dissociar a Maçonaria Universal do desenvolvimento e culminar do Iluminismo e das mudanças e inovações que trouxe para as sociedades da época. Ainda hoje, vivemos nas conquistas do “Século das Luzes”, sendo a Maçonaria umas das suas luzes mais fulgurantes.