Tem sido notícia em Portugal pelos vários meios de comunicação social,a instalação no nosso país de uma rede brasileira de crime organizado que dá pelo nome de PCC – Primeiro Comando da Capital. Ora, tal facto já não constitui novidade.Estamos todos informados sobre o assunto, não subsistindo grandes dúvidas.
O que verdadeiramente constitui uma novidade constrangedora, desrespeitadora e ofensiva para a Grande Loja Simbólica da Lusitânia Maçonaria Mista Portuguesa, liberal e adogmática (GLSL), é o artigo publicado pelo jornal Público, do qual V. Exa é Director, no passado dia 17 de Novembro de 2024 da autoria de Paulo Curado sob o título “A “Maçonaria” do crime organizado”, onde a referida organização criminosa, considerada como a maior do Brasil e uma das mais relevantes a nível mundial é comparada à Maçonaria, uma organização mundialmente conhecida e aceite por praticar o Bem e defender a Moral e a Ética.
Novidade, porque temos o vosso periódico como idóneo, não preconceituoso, deixando ao leitor a liberdade de interpretar como bem entender. Daqui decorrem os outros três adjectivos classificativos do artigo em causa (constrangedor, desrespeitador e ofensivo), pois como V. Exa. bem compreenderá ao associar uma organização criminosa, o PCC, com uma organização milenar de cariz filantrópico, que prima pela defesa dos direitos, do respeito e da dignidade humana, a Maçonaria, está a induzir no leitor um juízo de valor que em nada corresponde à verdade.
A Maçonaria sempre lutou, luta e continuará a lutar pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade tendo nesta trilogia implícito o aperfeiçoamento do Ser Humano e a promoção de uma sociedade mais justa e mais equitativa sem distinção de raça, religião ou género.
Não obstante o esclarecimento prestado no dia 19 de Novembro,“… foi usada com o único propósito de ilustrar os rituais de iniciação por que também passam os membros do PCC…”tal não apaga o que foi escrito inicialmente e, mais perigoso demonstra o desconhecimento que o autor do referido artigo ea Direcção têm sobre o que na verdade é MAÇONARIA e quais os seus objectivos. Percebe-se com tristeza,desta justificação, injustificável que a ignorância e o preconceito sobre a temática persistem ainda no meio jornalístico. Percebe-se que ainda não foi entendido que a Maçonaria é, uma organização discreta e não secreta que prima pela defesa de um bem maior que nada tem de criminoso.
Ora Rituais de Iniciação, existem nas mais diversas organizações, desde o meio estudantil, até ordens religiosas e mesmo militares, entre outras tantas. Qual a razão do autor se ter focado apenas na Maçonaria, quando esta prática é comum a tantas outras organizações? E, mais grave, como é que a Direcção de um jornal tido como de qualidade se presta a uma justificação indefensável?
Em jeito de conclusão cabe-nos dizer que a GLSL, Maçonaria Mista Portuguesa, repudia veementemente a comparação feita entre duas organizações que em nada são comparáveis, bem comoajustificação prestada pela Direcção no que se refere aos Rituais de Iniciação, que unicamente denigre e ofende a honra dos seus membros.
Infelizmente, de tudo isto apenas se retira um aproveitamento jornalísticoimpudenteno que concerne a uma organização social de Respeito, constituída por Pessoas de Bem.